Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein
Muitas visitas ao pronto-socorro por queixas cardiovasculares poderiam ser evitadas com o simples controle da pressão arterial. Isso é o que mostra um estudo publicado no Journal of the American Heart Association, que acompanhou mais de 20 milhões de emergências em quase mil hospitais americanos nos anos de 2016 a 2018.
Para chegar ao resultado, os autores avaliaram 15 condições cardiovasculares que levam ao pronto-atendimento, como infarto, derrames, hipertensão, arritmias, embolia pulmonar. Do total, 13% eram por hipertensão essencial, ou seja, aquela que não é causada por outras doenças. E, entre todas as avaliadas no estudo, 30% estavam relacionadas à hipertensão.
Para homens e mulheres, as doenças hipertensivas foram um dos principais motivos para procurar um médico. Nas mulheres, a hipertensão foi o diagnóstico mais comum, responsável por 16% das visitas. Já a doença renal crônica e a doença hipertensiva do coração — ambas diretamente ligadas à pressão alta — responderam por cerca de 14%.
A hipertensão é considerada um fator de risco cardiovascular modificável e os dados só reforçam a falta de monitoramento e controle do problema. “É uma doença crônica e controlável. Se o paciente segue corretamente as recomendações, tomando os remédios e adotando mudanças no estilo de vida, pode levar uma vida normal”, diz o cardiologista Humberto Graner, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia.
O estudo também revelou algumas diferenças entre os sexos: enquanto os homens tinham mais comorbidades, como diabetes, as mulheres tinham maior taxa de obesidade. Além das doenças hipertensivas, as mulheres tiveram mais arritmias, embolia pulmonar e acidente vascular isquêmico. Nos homens, houve maior taxa de infartos e parada cardíaca.
Principal causa de morte
As doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil e respondem por 30% de todas as mortes. São cerca de 400 mil óbitos por ano, ou cerca de mil por dia. Mais de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença do coração, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Recentemente, a World Heart Federation lançou uma estratégia com a meta de reduzir a mortalidade global por essas causas em 33% até 2030. “Não basta só fazer um check up”, diz Graner. “Cuidar do coração é uma tarefa de todos os dias.”
Fonte: Agência Einstein
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